A 14ª edição da Festa da Diversidade ocorre às vésperas do 50º aniversário do 25 de abril, momento em que o fascismo encontrou respaldo institucional com a presença da extrema-direita a transformar o parlamento num megafone do racismo. Por isso, a festa deve ser, mais do que nunca, um reforço na construção de uma sociedade antirracista.
Sendo um momento de festa e luta, a Festa da Diversidade quer ocupar o espaço público como uma forma de apagar as fronteiras simbólicas e físicas da estigmatização, guetização, exclusão e invisibilização das pessoas racializadas e marginalizadas na sociedade. Pretende-se devolver o direito de estar na cidade e/ou ser da cidade, sem qualquer risco de rejeição, violência física ou simbólica, nem brutalidade policial ou administrativa, permitindo que todas as pessoas desfrutem efetivamente da liberdade de viver e usufruir do espaço público.
A Festa da Diversidade é um momento de luta por uma democracia radical e plena, em que a luta contra as desigualdades abrange todas as formas de discriminação. Trata-se de um antirracismo interseccional, mobilizado na luta contra a LGBTQIfobia, o machismo, o racismo e as alterações climáticas.
Ao trazer para o espaço público os saberes, sabores e sons de várias partes do mundo que compõem a sociedade, a Festa da Diversidade visa expressar a diversidade étnica e cultural, assim como ‘desocultar’ as opressões e discriminações raciais, machistas e sexistas, bem como a exploração laboral e a ameaça ambiental enfrentadas pela sociedade em geral e pelas pessoas racializadas em particular.
A Festa da Diversidade é um espaço de cruzamento de lutas contra todas as formas de opressão e desigualdade. Pretende-se combater a invisibilidade imposta às pessoas oprimidas e trazer os seus contributos para uma Humanidade que valorize todas os arquivos do mundo. O compromisso da Festa é defender a Humanidade em toda a sua diversidade, a partir de uma perspetiva interseccional, dando visibilidade aos diferentes contributos culturais da nossa sociedade, porque em democracia, a diferença não pode nunca ser motivo de desigualdade.
Perante a ameaça fascista e racista, bem como a crise ambiental resultante do modelo de produção capitalista, que aumenta a vulnerabilidade social e económica das pessoas mais expostas a todas as formas de discriminação, a Festa torna-se um espaço de reflexão, resistência e formulação de alternativas políticas para promover a justiça racial, social e climática.
Perante o presente contexto histórico e político, esta 14ª edição inscreve-se numa orientação estratégica de luta contra o racismo que contribua para cumprir abril, descarbonizando, descolonizando, desracializando e democratizando.
Porque a igualdade vence o ódio, combatemos o fascismo e o racismo, defendendo a humanidade em toda a sua diversidade.
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