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Entrevista 2012
Entrevista a Jean-Yves Camus, investigador do Instituto das Relações Internacionais e Estratégicas (IRIS) de Paris e autor de vários livros sobre os nacionalismos e extremismos na Europa ao (…) PÚBLICO – Os fenómenos de crise, como o desemprego, que contribuem para uma subida da extrema-direita são os mesmos que estão na origem do surgimento do tema da identidade nacional no debate em França? JEAN-YVES CAMUS – Em tempo de crise económica, sempre e em todo o lado, houve fenómenos de crispação identitária, ligados ao medo das pessoas vítimas da crise económica de que os estrangeiros lhes tirem o emprego. Existe uma extrema-direita nos países ricos e uma extrema-direita nos países em crise. Nos primeiros, a questão é não repartir o bolo grande com os outros. É o caso da Áustria, da Noruega, da Suíça. Nos países em crise, a mensagem consiste em alertar para o facto de que o bolo é pequeno, que não se pode repartir com os outros. É uma extrema-direita do egoísmo. A verdade hoje é que ao mesmo tempo precisamos da imigração, porque há empregos que os franceses não querem ocupar, não podemos dar empregos a todos os que desejam instalar-se em França.

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