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Agenda SOS RACISMO 2024

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REPARAÇÕES HISTÓRICAS PARA CUMPRIR ABRIL

Para além dos três D’s que ainda estão por cumprir, com uma urgente ne­cessidade de refundação programática em que é preciso substituir o D do desenvolvimento pelo da descarbonização, urge também acrescentar, pelo menos, uns três R’s ao projeto de abril: Reconhecer, Resgatar e Reparar.

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REPARAÇÕES HISTÓRICAS PARA CUMPRIR ABRIL

Vamos celebrar os 50 anos do 25 de Abril, 50 anos que marcam o fim da ditadura e do regime fascista e a derrota do colonialismo, sucedâneo do trá­fico negreiro e do imperialismo portugueses. Estas celebrações têm trazido, e bem, a questão colonial, nomeadamente, o papel central dos movimentos africanos de libertação contra o jugo colonial na Revolução dos Cravos que ditou o colapso do Estado Novo. Porém, é pouca ou quase nula a ge­nética relação entre a Escravatura e o Colonialismo nos diversos formatos previstos para a evocação da efeméride. A ausência do crime esclavagista em quase todas as narrativas contra-hegemónicas sobre as desigualdades herdadas do legado histórico é bastante sintomática da profunda negação em que a sociedade portuguesa se instalou no que concerne ao racismo estrutural. O fascismo português viveu e alimentou-se simbólica e con­cretamente do Colonialismo, cujo modelo de governo racista se inspirou obviamente da desumanização forjada pela escravatura. O racismo foi e continua a ser o prolongamento dessa desumanização consolidada pela ideologia escravocrata da administração colonial. Ora, por isso mesmo é que o racismo contemporâneo, cujas raízes estão nesses dois albergues selvagens, a Escravatura e o Colonialismo, não pode ser relativizado nem subalternizado no âmbito da apreciação das conquistas de abril.

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